Quando me perguntam isso eu prontamente respondo: Não.
Astrologia não é uma questão de acreditar ou não, mas sim de estudar. Ao contrário de uma crença, se baseia em observações, análises e interpretações dos fenômenos astronômicos e sua relação com as características e comportamentos humanos e eventos coletivos.
Suas raízes vêm de antigas civilizações como a Babilônia, Egito e Grécia, onde os povos observavam o movimento dos corpos celestes e percebiam padrões que pareciam se correlacionar com eventos naturais e civilizatórios, além de características na vida das pessoas. Essa observação sistemática ao longo de milênios levou ao desenvolvimento de técnicas e sistemas astrológicos, que são usados até os dias de hoje.
Para entender onde o conhecimento Astrológico se encaixa, é preciso saber que nosso psiquismo é estruturado através de símbolos, que desempenham um papel fundamental na forma como percebemos, interpretamos e nos relacionamos com o mundo ao nosso redor. Os símbolos são representações abstratas de conceitos, ideias e emoções, e possuem um significado cultural e individual.
A psicologia analítica, desenvolvida por Carl Jung, explora o papel dos símbolos no funcionamento psíquico. Segundo Jung, o inconsciente coletivo é uma camada profunda da mente que contém uma série de padrões universais compartilhados por todas as culturas e que influenciam nosso comportamento e percepção. Esses padrões se manifestam em símbolos, que são arquétipos, imagens e mitos recorrentes presentes nas diversas culturas e tradições.
Os símbolos astrológicos estão intimamente ligados a esse aspecto simbólico do psiquismo humano. Cada planeta, signo zodiacal e aspecto astrológico possui sua própria carga simbólica e representa diferentes aspectos da experiência humana. Por exemplo, o Sol é associado à identidade, ego e vitalidade, enquanto a Lua está relacionada às emoções, intuição e necessidades emocionais.
Quando traduzimos os símbolos astrológicos e os aplicamos em nossa compreensão e comportamento, estamos interpretando esses símbolos de acordo com nosso contexto individual e cultural. A interpretação astrológica leva em consideração a posição dos planetas, signos e aspectos em um mapa astral específico e busca compreender como esses elementos podem influenciar a personalidade e as características individuais.
Essa tradução dos símbolos astrológicos para o comportamento humano ocorre por meio de um processo de associação, onde fazemos conexões entre os significados simbólicos e nossas próprias experiências e traços de personalidade. Por exemplo, se alguém tem Marte em um aspecto desafiador no mapa astral, isso pode ser interpretado como uma energia impulsiva e uma tendência a agir de forma assertiva ou agressiva em determinadas situações.
É importante lembrar que essa tradução dos símbolos astrológicos para o comportamento humano não é uma relação de causa e efeito direta, mas de espelhamento (O que está em cima é como o que está embaixo – Princípio Hermético). Os símbolos astrológicos oferecem uma lente simbólica através da qual podemos refletir sobre nós mesmos e nossas experiências. Assim como para vermos nosso rosto precisamos olhar para um espelho, observar os padrões celestes oferecem uma forma única de autoconhecimento, onde podemos compreender nossos padrões, ciclos de vida, propósitos existenciais, dentre muitas outras coisas.
Desta forma, Astrologia não é um sistema de crenças ou algo que precisamos acreditar para funcionar. É alto para ser estudado, observado, refletido e principalmente vivenciado.